uma chama ilude o horizonte sobre a água.
o que se faz com isto, perguntaste.
foi aí que comecei a escrever o mundo com a luz apagada.
a manhã revolvia-se de imprecisos movimentos
a gemer como um animal cego
quando os abandona a sorte ou um plano mal traçado.
de todos os sinais que a psicologia me ensinou
como se a vida fosse matemática simples ou uma qualquer regra
algum me conduziu à salvação.
assim, devagar, aprendi a soletrar a morte
sem a crença dos profetas
um fumo lento vai espartilhando o pulmão
e fica-se à espera. a morte há-de chegar.
sei hoje que podemos morrer de amor
é simples: bastam as letras de um só nome
e a brutal sede de um deserto .
ft: roberto c